Reflexologia trata questões emocionais e físicas

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Muito mais que massagem relaxante, os movimentos de pressão e deslizamento nos pés podem ter função terapêutica. Ferramenta milenar, utilizada para equilibrar a energia do corpo, a reflexologia previne o surgimento de doenças e ajuda no combate a problemas já instalados – tanto físicos quanto emocionais. Baseada na representação dos pés como mapa do corpo – sistema usado também com íris, orelhas e mãos–, a ferramenta explora áreas reflexas, ou seja, correspondentes a órgãos e sistemas. 

Fundadora e coordenadora da Academia Brasileira de Reflexologia (ABR), Cláudia Rosane explica que mais do que técnica terapêutica, o método pode ser definido também como ciência. “Baseado em estudos de neurofisiologia e neurofisiopatologia humana”, diz.

Guiados pelas respostas físicas apresentadas por cada cliente (ou interagente, como é chamado) durante a sessão, os toques transitam entre vigorosos e leves e pressões e deslizamentos feitos com o polegar. Ferramenta de autocura que estimula o organismo a encontrar o próprio equilíbrio, a técnica promove a retomada do estado natural do corpo física, mental e emocionalmente. 

Terapeuta

Coordenadora da ABR, a pesquisadora e professora de reflexologia explica que pessoas agitadas ou estressadas costumam se incomodar com estímulos rápidos e fortes demais, enquanto as mais lentas e passivas podem se sentir desconfortáveis com toques superficiais. Mais do que massagista, o reflexoterapeuta precisa, portanto, ser um bom observador da condição de cada pessoa atendida, interpretando, por exemplo, sinais de dor.

“A dor se mostra eficaz também no tratamento de questões emocionais. Assim, logo que o cérebro acata a informação e corrige o problema, vêm relaxamento e de bem-estar”, acrescenta a profissional. Outros sinais também denotam problemas, tais como nódulos, vermelhidão, depressões na pele e até temperatura modificada. 

Conhecimento

Reflexoterapeuta há mais de 30 anos e professor da técnica no Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata) em São Paulo, Noriyuki Kashiwaya reforça que conhecimento é fundamental para que benefícios terapêuticos sejam de fato percebidos. “É o terapeuta que, muitas vezes, irá descobrir, através dos pés daquele cliente, quais são as necessidades do corpo. É preciso haver sensibilidade no toque para identificá-las”, afirma.

Embora não seja considerado tratamento médico e, portanto, não substitua certas terapias convencionais, a reflexologia pode apresentar reflexos negativos em determinados perfis de pacientes, alerta Kashiwaya. “Assim como o caminho das doenças gera sintomas, o da cura também pode promover alterações pontuais no organismo”, explica. 

Pessoas com trombose e grávidas até o terceiro mês de gestação não devem ser submetidos a sessões de reflexologia.

Além disso:

Em março do ano passado, a reflexoterapia foi incluída no rol de terapias integrativas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Um ano depois, em março deste ano, outros dez procedimentos se juntaram ao grupo. Atualmente, são 29 procedimentos ofertados de graça em várias cidades do país. 

São eles: apiterapia, aromaterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, dança circular, geoterapia, hipnoterapia, homeopatia, imposição de mãos, medicina antroposófica, acupuntura, meditação, musicoterapia, naturoterapia, osteopatia, ozonioterapia, fitoterapia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, terapia de flores, crenoterapia, yoga.

Reflexoterapeuta há mais de 30 anos, professor no Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata) em São Paulo, Noriyuki Kashiwaya explica que, no Brasil, não existem leis específicas para regulamentar a prática como profissão. Em função disso, os cursos, livres, são oferecidos por instituições independentes. A dica dele, ao buscar o tratamento, é informar-se sobre a formação do profissional. “Se a pessoa for leiga, não tiver estudado a técnica, a massagem será simplesmente relaxante e não terá qualquer benefício terapêutico”, diz.